terça-feira, 25 de maio de 2010

Experiências positivas em ratinhos


Terapia genética pode criar superatletas

Uma terapia genética que faz duplicar a força muscular de ratinhos pode vir a ser usada para criar superatletas, alertou um investigador norte-americano. Já há pessoas interessadas em usar este "doping" genético e cientistas a trabalhar para criar formas de o detectar, afirmou Lee Sweeney, da Universidade da Pensilvânia.


Em estudos laboratoriais, verificou-se que nos ratos aos quais foi injectado um vírus, com o gene que comanda a produção de um factor de crescimento chamado IGF-1, os seus músculos cresceram em tamanho e força, numa proporção entre 15 e 30 por cento. Se esses ratinhos fossem submetidos a um programa de treino, a sua força muscular duplicava.

O objectivo desta experiência era desenvolver tratamentos contra doenças musculares. “Mas as coisas que desenvolvemos a pensar em tratar doenças podem vir a ser usadas para melhorar a ‘performance’ atlética”, disse Sweeney, no congresso anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Seattle.

“As mesmas técnicas poderiam ser usadas nos músculos de pessoas normais para os tornar mais fortes e mais capazes de se repararem a si próprios”, comentou Sweeney, citado pela AP.

Esse tratamento também poderia manter os músculos em forma durante mais tempo. Existem análises de sangue e urina para detectar a maior parte das substâncias usadas como “doping”. Mas a detecção do “doping” genético seria muito mais complicado. Apenas através de uma biópsia muscular se poderia detectar a presença de genes modificados num atleta, e esse procedimento é extremamente invasivo.

No entanto, estas formas de terapias genéticas nunca foram testadas em seres humanos, porque não se sabe se seriam seguras — as terapias genéticas que até agora chegaram a ensaios clínicos não deram grandes mostras de funcionar, isto quando não tiveram efeitos secundários catastróficos. Assim sendo, os primeiros ensaios em seres humanos podem realizar-se apenas daqui a muitos anos.

Mas esta investigação já chegou à comunidade desportiva. Por isso, Sweeney diz que metade dos “e-mails” que agora recebe são de atletas ou treinadores pedindo-lhe informações sobre a terapia genética capaz de criar músculos.


Apenas uma biópsia muscular poderia detectar a presença de genes modificados num atleta

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"Jogo Sujo" (Reportagem)

Também no futebol o ano de 2009 ficou marcado pela palavra doping, não por algum controlo positivo em particular, mas antes pelas revelações bombásticas do antigo internacional português Fernando Mendes. No livro “Jogo Sujo”, ainda que sem denunciar nomes de personalidades ou clubes, Mendes revela que o consumo de produtos dopantes era prática comum na altura em que jogava futebol. Ao longo das páginas da obra, o ex-futebolista confessa como tudo se processava: “No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através da injecção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (…) A injecção tinha efeito imediato, enquanto que os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo”.Fernando Mendes denuncia ainda ter tomado “Pervitin,Centramina, Ozotine, cafeína, entre muitas outras coisas das quais nunca soube o nome “e que, apesar de todos os atletas saberem que estavam a consumir doping , nunca viu “um único colega insurgir-se perante esta situação”. No “Jogo Sujo” é ainda mencionado que muitas vezes os produtos eram testados em juniores: “Estava ali para servirem de cobaias e novas dosagens (…) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controlo interno”. Fernando Mendes revela também que eram os médicos da própria equipa a sortear os atletas que iriam aos controlos anti-doping. Todavia, as bolas que continham os números dos atletas eram forjadas: as esferas correspondentes aos jogadores que haviam tomado doping eram arrefecidas previamente, para que o clínico as “reconhecesse” e assim, não as seleccionasse.

Fonte: Revista Ciclismo a fundo