terça-feira, 25 de maio de 2010

Clubes são responsáveis pelos exames dos atletas

Todos os desportistas, árbitros, juízes e cronometristas filiados, ou que se pretendam filiar, numa federação com utilidade pública são obrigados a realizar um exame médico desportivo por clínicos especialistas em medicina desportiva ou médicos com preparação adequada, diz o Decreto-Lei 345/99, de 27 de Agosto.

"Os exames de base são definidos em função do grupo etário e da modalidade praticada. Por exemplo, um pugilista tem obrigatoriamente de realizar eletroencefalograma, assim como um mergulhador terá de fazer exames como electrocardiograma, saúde oral e otorrinolaringologia. No caso de pessoas com mais de 35 anos, são realizados exames complementares como provas de esforço e análises de sangue e urina", diz ao DN Renato Graça, antigo maratonista e médico do Centro de Medicina Desportiva de Lisboa.

"Todos os atletas de alta competição têm de realizar exames nos centros de medicina de Lisboa e Porto. Os outros atletas federados, como os futebolistas ou basquetebolistas, podem ser avaliados pelos próprios médicos dos clubes", recorda o clínico. Todavia, recorda, "quando é detectado qualquer sintoma, ou exista qualquer dúvida, as equipas devem e podem pedir exames complementares aos centro de medicina desportiva".

Os clubes profissionais devem ser acompanhados por uma adequada estrutura de apoio médico aos atletas, da responsabilidade de um médico especialista em medicina desportiva.

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"Jogo Sujo" (Reportagem)

Também no futebol o ano de 2009 ficou marcado pela palavra doping, não por algum controlo positivo em particular, mas antes pelas revelações bombásticas do antigo internacional português Fernando Mendes. No livro “Jogo Sujo”, ainda que sem denunciar nomes de personalidades ou clubes, Mendes revela que o consumo de produtos dopantes era prática comum na altura em que jogava futebol. Ao longo das páginas da obra, o ex-futebolista confessa como tudo se processava: “No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através da injecção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (…) A injecção tinha efeito imediato, enquanto que os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo”.Fernando Mendes denuncia ainda ter tomado “Pervitin,Centramina, Ozotine, cafeína, entre muitas outras coisas das quais nunca soube o nome “e que, apesar de todos os atletas saberem que estavam a consumir doping , nunca viu “um único colega insurgir-se perante esta situação”. No “Jogo Sujo” é ainda mencionado que muitas vezes os produtos eram testados em juniores: “Estava ali para servirem de cobaias e novas dosagens (…) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controlo interno”. Fernando Mendes revela também que eram os médicos da própria equipa a sortear os atletas que iriam aos controlos anti-doping. Todavia, as bolas que continham os números dos atletas eram forjadas: as esferas correspondentes aos jogadores que haviam tomado doping eram arrefecidas previamente, para que o clínico as “reconhecesse” e assim, não as seleccionasse.

Fonte: Revista Ciclismo a fundo