O consumo de anfetaminas causa efeitos secundários fundamentalmente ao nível do sistema nervoso central e do cérebro, no sistema cardiovascular e no sistema digestivo. No primeiro caso, provoca agitação, hiper-actividade, irritabilidade, agressividade, paranóia, alucinações, vertigens, tonturas, dores de cabeça, dependência, hipersónia (aumento das horas de sono até 25 por cento acima do padrão normal), letargia, tentações suicidas, falhas de memória e ainda descoordenação motora. A anfetamina afecta a dopamina, neurotransmissor fundamental no controlo de movimentos, cognição e temperamento, e pelo menos um estudo científico encontrou provas de que anfetaminas e metanfetaminas provocam reacções inflamatórias no cérebro, o que, em idades avançadas, poderá estimular o desenvolvimento de doenças degenerativas.
Ao nível do sistema cardiovascular, estas substâncias pode originar arritmia, angina, palpitações, alterações na pressão arterial, rubor intenso, taquicardia e colapso cardíaco. No sistema digestivo podem ser registadas dores abdominais, náuseas, vómitos, sede e perda de apetite. Doses demasiado elevadas podem causar insuficiência respiratória, cianoses, distúrbios sexuais, dificuldades em urinar, convulsões e morte, segundo alerta o Instituto da Droga e Toxicodependência.
Durante um esforço físico, o maior risco originado pelas anfetaminas são a insolação e os ataques cardíacos. Estas substâncias começaram a ser produzidas em 1930 e causaram o primeiro grande caso polémico em 1960: o ciclista dinamarquês Knut Jensen sofreu um colapso devido ao uso de uma mistura de anfetaminas, cafeína e vasodilatadores, e acabou por morrer no hospital devido a uma crise cardíaca. Sete anos depois, durante a Volta à França em bicicleta, o britânico Mark Simpson faleceu enquanto tentava subir o mítico Mont Ventoux, porque o uso de anfetaminas lhe reduziu a percepção do cansaço, do calor excessivo e da desidratação que sofrera.
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