quarta-feira, 17 de março de 2010

Controlo de Doping

A maior parte das estratégias inovadoras no âmbito da luta contra a dopagem começaram a ser realizadas no ciclismo. Os controlos sanguíneos, por exemplo, começaram a ser realizados no ciclismo e no atletismo; as hemoglobinas sintéticas; e muito recentemente o projecto piloto para o desenvolvimento do Passaporte Biológico, foi desenvolvido também no ciclismo.
("Andamos sempre no pelotão da frente na luta contra o doping", afirma o presidente da UVP-FPC, Artur Moreira Lopes, na revista Ciclismo a Fundo).

Quem administra os controlos?
O código estabelece que as organizações antidopagem devem planear e implementar um número efectivo de controlos, em competição e fora de competição, aos atletas incluídos no grupo alvo de praticantes de desporto. Neste âmbito os atletas de nível internacional podem ser testados pelas federações internacionais e pela AMA, e os atletas de nível internacional e nacional ser controlados pelas organizações nacionais anti-dopagem ou, em alguns casos, por intituições governamentais da área do desporto.

Processos de controlo de Dopagem
1.Selecção
2.Notificação
3.Local do controlo da dopagem
4.Recolha da amostra da Urina
5.Recolha da amostra de sangue
6.Passaporte Biológico

SANÇÕES
As sanções para a violação dos regulamentos antidopagem podem ir de uma simples advertência até à interdição definitiva de participação em competição. Nos controlos antidopagem em competição, um resultado positivo conduz a uma invalidação imediata dos resultados desportivos e à perda de medalhas, pontos ou prémios obtidos na competição em causa. Todos os resultados obtidos em todas as competições realizadas após a recolha de amostras deverão ser invalidados.

Novidades:

"Jogo Sujo" (Reportagem)

Também no futebol o ano de 2009 ficou marcado pela palavra doping, não por algum controlo positivo em particular, mas antes pelas revelações bombásticas do antigo internacional português Fernando Mendes. No livro “Jogo Sujo”, ainda que sem denunciar nomes de personalidades ou clubes, Mendes revela que o consumo de produtos dopantes era prática comum na altura em que jogava futebol. Ao longo das páginas da obra, o ex-futebolista confessa como tudo se processava: “No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através da injecção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (…) A injecção tinha efeito imediato, enquanto que os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo”.Fernando Mendes denuncia ainda ter tomado “Pervitin,Centramina, Ozotine, cafeína, entre muitas outras coisas das quais nunca soube o nome “e que, apesar de todos os atletas saberem que estavam a consumir doping , nunca viu “um único colega insurgir-se perante esta situação”. No “Jogo Sujo” é ainda mencionado que muitas vezes os produtos eram testados em juniores: “Estava ali para servirem de cobaias e novas dosagens (…) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controlo interno”. Fernando Mendes revela também que eram os médicos da própria equipa a sortear os atletas que iriam aos controlos anti-doping. Todavia, as bolas que continham os números dos atletas eram forjadas: as esferas correspondentes aos jogadores que haviam tomado doping eram arrefecidas previamente, para que o clínico as “reconhecesse” e assim, não as seleccionasse.

Fonte: Revista Ciclismo a fundo